
Um novo estudo, desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Translational Psychiatry, demonstrou que a prática da Kundalini ioga pode colaborar com a memória de idosos.
A ioga é uma prática milenar, que surgiu há mais de 5 mil anos na Índia. Combinando exercícios físicos, relaxamento, controle respiratório e meditação, sua execução proporciona diversos benefícios para corpo e mente, incluindo a elevação da qualidade do sono, diminuição do estresse, aumento da força muscular, melhora da saúde cardiovascular e da respiração.
Existem diversos estilos dessa atividade, cada um segue uma linha, com diferentes maneiras de realização. Entretanto, independentemente do estilo escolhido, o objetivo principal da ioga é alcançar autoconhecimento e consciência corporal.
O Hatha ioga, por exemplo, é considerado o ioga tradicional. Ele tem sua prática voltada ao condicionamento físico, fortalecimento do corpo e aumento da flexibilidade. O Ashtanga ioga é uma variação do Hatha, envolvendo 6 séries de posturas fixas desenvolvidas pelo praticante conforme a capacidade de seu corpo. Não existe um tempo considerado adequado para avançar para a próxima série, isso varia de acordo com cada um.
Já a Kundalini ioga, que se mostrou eficiente na melhora da memória de idosos, tem sua prática voltada ao trabalho espiritual, isto é, a conexão entre corpo e mente através da realização da atividade física. Trata-se de um estilo mais contemplativo e reflexivo, no qual a respiração é elemento fundamental.
Detalhes do estudo
No ensaio, realizado com 79 mulheres que estavam na pós-menopausa e eram portadoras de condições cardiovasculares - tais como infarto, diabete e hipertensão, considerados fatores de risco para a demência -, foram comparados os efeitos da Kundalini ioga com técnicas de treinamento. Todas elas também haviam reportado problemas de memória e declínio cognitivo.
Os cientistas dividiram as participantes em dois grupos. No primeiro, as mulheres praticaram a Kundalini semanalmente, com a orientação de um instrutor, além de exercícios diários a partir de instruções em vídeo. No segundo, elas realizavam todos os dias treinamentos de estímulo à memória, empregando técnicas de associação verbal, estratégias organizacionais e dicas de associação visual.
No início da pesquisa, todas as pessoas foram submetidas a testes de memória e cognição, que foram repetidos ao final de 12 semanas e seis meses. Adicionalmente, foram coletadas amostras de sangue para dosar as substâncias inflamatórias associadas ao declínio cognitivo.
Impacto na memória de idosos
Os resultados revelaram que todas as mulheres experimentaram ganhos na memória e nenhuma apresentou deterioração cognitiva. No entanto, o grupo que praticou a Kundalini ioga registrou reduções nas taxas de marcadores inflamatórios e, após seis meses, relatou menos queixas de lapsos de memória em comparação ao grupo que praticou treinamentos de estímulo.
Maria Ester Azevedo Massola, coordenadora da Equipe de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou, em entrevista à CNN Brasil, que a prática de ioga impacta positivamente a memória devido a mecanismos fisiológicos e neurobiológicos. Isso porque o relaxamento provocado pela atividade reduz a produção de substâncias inflamatórias desencadeadas pelo estresse. A profissional disse ainda que esses benefícios podem ser obtidos com outros tipos de ioga, como o Hatha, por exemplo.
É importante salientar que a prática de ioga não é adequada para todos. A atividade não é recomendada, por exemplo, para pessoas com lesões recentes, problemas cardíacos não controlados, pressão alta não controlada, glaucoma não controlado, labirintite ou com problemas graves nas articulações. Além disso, é fundamental que um profissional de saúde seja consultado antes do início de qualquer tipo de atividade física, a fim de evitar complicações.
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